A jicotea e a águia - IKA BEMI
No caminho, a águia estava lutando com a jicotea (tartaruga d’água) para comê-la, mas, como a jicotea tinha o casco duro, por mais esforço que a águia fizesse bicando, nunca conseguia lhe causar dano.
A águia tinha a jicotea tão atormentada que esta foi consultar-se com Orunmila. Orunmila viu seu Ifá e lhe disse que, para conseguir livrar-se de seu poderoso inimigo, ela teria que fazer um ebó (sacrifício ou oferenda).
Mas a jicotea não acreditou no que Orunmila lhe havia dito e não fez o ebó.
Um dia, a jicotea foi convidada pela águia para uma festa que aconteceria no alto de um morro. A jicotea respondeu:
— Como vou à festa, se não posso subir o morro?
Então a águia lhe disse:
— Eu te levarei em minhas asas.
A jicotea aceitou, sem perceber que a águia era sua inimiga. Subiu sobre as asas da águia, e quando esta se elevou em voo sobre o morro, fechou as asas de repente, fazendo com que a jicotea caísse de uma grande altura, despedaçando-se nas pedras lá embaixo.
Então a águia desceu e comeu os restos da confiada jicotea.
Nota: Este Ifá se torna favorável (se vuelve fore), se o ebó indicado for feito.